PRECISO DE UM VÍDEO. MAS QUEM CRIA ROTEIRO?

Lá se vão alguns anos, quando rodávamos filmes em película de 35 ou 16 milímetros. Aliás, fomos a primeira produtora de Campinas,  acredito que de todo o interior de São Paulo, a produzir comerciais de TV com a qualidade, equipe e equipamento de cinema. Isso por volta dos anos noventa. Os clientes do interior estavam descobrindo as agências de propaganda e querendo saber mais sobre um novo cargo que teria que surgir nas empresas: o de Diretor de Marketing.

Por um tempo, o serviço de produção de filmes e vídeos era contratado por compradores das empresas ou pelo diretor de vendas (que agregava também o novo cargo) ou até mesmo pelo próprio dono. As emissoras de TV tinham um probleminha para conquistar  mais clientes no interior e torná-los anunciantes: Muitos deles não queriam contratar agências de propaganda e tentavam fazer tudo direto com a emissora. Mas aí o problema passava para a emissora: E quem vai criar o comercial? A emissora acabava tentando convencer o cliente da necessidade de uma agência ou sugeria que contratasse um redator ou roteirista.

De uma maneira ou de outra, os comerciais de TV eram criados e os clientes começaram a conhecer um outro fornecedor: As produtoras de filmes e vídeos. E assim caminhou a humanidade no interior de São Paulo. De lá pra cá, a área off-line mudou pouco. Muitos clientes ainda procuram as emissoras de TV e tentam resolver tudo por lá.

Estamos em 2019 e há pouco tempo que surgiu o “on-line”, a exibição de conteúdo artístico ou comercial no mundo digital. Com isso, muitas empresas ganharam espaços para divulgar seus produtos e serviços e, logicamente, a demanda de produção aumentou. Então, como no passado, surgiu novamente os probleminhas: Mas quem vai criar o vídeo?  E quem vai produzir? Afinal, não é um vídeo para ser veiculado em uma emissora.

Como sempre, as coisas estão se encaixando e os problemas estão sendo resolvidos.  Mas, para falar da atualidade é preciso relembrar um passado próximo: Nos anos 90 existiam no máximo 12 produtoras em Campinas. A produtora Casa das Máquinas era uma delas. Uma ilha de edição digital, a maior novidade do mercado de produção, custava em torno de 100 mil dólares, uma câmera de vídeo de boa qualidade, uns 90 mil dólares, uma câmera de cinema então…nem se fale. Imagine quanto custava para se montar toda a estrutura de uma produtora. Hoje, com as novas tecnologias disponíveis é possível conseguir muito mais qualidade de produção de vídeo, se comparado aos anos noventa, por preços muito, mas muito mais baixos. Só em Campinas deve haver mais de 200 produtoras e uma infinidade de agências, e o que está acontecendo é que agências estão montando mini produtoras, e produtoras estão montando departamentos de criação de vídeos ou já têm uma lista de roteiristas terceirizados a disposição.

Então ficou muito mais fácil se produzir um vídeo de boa qualidade hoje? Sim, ficou.

Então, independentemente de quem vai produzir, o vídeo ficará bom? Não. É aí que você se engana.

O que a gente não pode esquecer é que hoje todos podem ter ótimos equipamentos, mas nem todos tem as coisas fundamentais para um ótimo resultado: Talento e experiência. É por isso que, como no passado, ainda assistimos muitos vídeos ruins ou então, bem produzidos, mas com uma criação “arroz e feijão”.

O segredo de um ótimo filme é escolher muito bem quem vai criá-lo e quem vai produzi-lo. O orçamento deve ficar em segundo plano. Criação e produção de qualidade é algo que tem valor agregado, mas que com certeza lhe trará melhores resultados.

 

 

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